Há algumas
coisas óbvias nesse mundo, por exemplo, é difícil pensar em goiabada e não se
lembrar do queijo; pensar em praia e não se lembrar do mar; pensar em circo e
não se lembrar do palhaço. E assim também é difícil pensar em um restaurante de
culinária japonesa e não se lembrar da arquitetura particular do Japão, com
suas cores, traços e características marcantes, seja ela tradicional ou
high-tech; sim, pois hoje esta cultura se comunica muito além do bambu, do
vermelho e do preto. São as tais obviedades com as quais convivemos. Cabe a nós
arquitetos, a gostosa arte de quebrar estes paradigmas.
Para marcar
a porta de acesso, aproveitando o rebaixo de gesso existente, dispomos lustres
compondo com as paredes laterais com textura de tijolo aparente. Ainda falando
na porta de acesso, o ferro foi utilizado para compor uma porta robusta e
atraente.
N a lateral esquerda foi projetado um longo banco, ocupando toda extensão da parede, acompanhado de mesas quadradas e cadeiras. Desta forma tem-se uma área dinâmica, onde há a possibilidade de agrupar mesas quando necessário acomodar grupos maiores de clientes. Para outro setor do salão escolhemos mesas redondas.
Em
frente à cozinha uma bancada protegida por vidro abriga o sushibar, aqui
panelas, fritadeiras, pratos sujos ficam escondidos, só fica visível o sushiman
com as “mãos à obra”! Seguindo a
sequência da bancada criou-se o bar. Uma bela chopeira, com torneiras
devidamente identificadas, é a estrela do local. Valorizando o balcão e
pensando naqueles que vão até o local apenas para beber um chop, algumas
banquetas foram dispostas.
Acompanhando
esta atmosfera dos materiais aparentes, as tubulações elétricas também seguiram
a mesma proposta, afinal para que escondê-las? Arandelas foram dispostas a
partir de uma linha de tubulação exposta.
Já era particularidade
da casa comunicar aos clientes promoções e sugestões temporárias, pensando
nisso foi projetada uma grande lousa com moldura amadeirada. Sua localização
foi estratégica, afinal os clientes que acessam o local, ou mesmo aqueles que
passam pela rua, podem lê-las. Esta técnica ainda foi utilizada para envelopar
a chopeira, onde os desenhos e escritas são constantemente atualizados conforme
os chops destaques da semana, promoções, etc.
Somando as
influências do nome do empreendimento, que remete as épocas medievais, e estilo
“rock and roll” dos proprietários, e seu desejo servir a comida japonesa em um
ambiente com ares de pub, foi definida a cartela de cores: preto e cinza iriam
compor com texturas de materiais aparentes. Então como base para as paredes foi
escolhida a cor cinza e em algumas paredes de destaque o amado cimento ficou
visível. Visando criar um ponto de destaque e cor, a única parede
pé-direito-duplo sem esquadrias recebeu esta textura sobreposta por uma
composição de vários quadros no tema.
E assim
funciona esta Temakeria, com fluxos organizados e muita personalidade.
Vale a pena conferir, ambiente aconchegante, comida saborosa, peixes fresquinhos e chopp gelado, em Chapecó, Avenida Getúlio Vargas - Casa Shop Center.
Fotos por Paula Navarro
Fotos por Paula Navarro